28 fevereiro 2007

O mercado


Ecos do Forum para a soberania alimentar terminado ontem no Mali, um desafio ao mercado selvagem:

A segurança alimentar defendida pela FAO consiste em garantir uma alimentação suficiente por via do comércio, explica Jean-Marc Desfilhes, coordenador internacional do Fórum e membro da Via Campesina. Mas isso não funciona; hoje, 850 milhões de pessoas sofrem com a fome, sendo a sua grande maioria composta por camponeses. A soberania vai mais longe, ela implica o direito de proteger a produção e o mercado agrícolas interiores das importações.

Nós por cá, pensando em voz alta…
UMA das vantagens do funcionamento do mercado global é o de proporcionar ao consumidor produtos que não sejam produzidos localmente, em quantidade ou em variedade. Ganharão também os produtores dos países exportadores que apresentem a melhor qualidade/preço.
O problema surge quando os produtores de um determinado país abandonam a produção local, ou seja, a partir do momento em que o seu mercado começa a ser inundado pelos mesmos produtos, mas agora com preços arrasadores. Enfim, uma consequência da maior tecnologia dos exportadores, e também, da subsidiação à exportação que os respectivos estados proporcionam.
A recente revolta das famosas “ tortillas”, ou da falta delas, teve (tem) como base a contingência da dependência da produção de milho a que o México chegou, outrora auto-suficiente.

A fome, além de poder levar à morte, terá obviamente consequências imprevisíveis: desertificação, migração, concentração, sobrepopulação, desequilíbrios sociais e ambientais.
O salto da liberalização do mercado para o mercado selvagem deve ser rejeitado com veemência.
Nunca é demais lembrar!