07 fevereiro 2007

Libero

Quando escrevo, nem sempre ouço música. Por outro lado, nem toda a música de que gosto me serve neste processo de desatar as linhas. Hoje sou acompanhado por um pianista que me foi dado a descobrir através dum disco duplo. O disco intitula-se Köln Concert; esse pianista vibrante chama-se Keith Jarret.!

Hoje não quero falar especialmente de música, mas de um filme que ví há dois dias.
“ À beira do precipício “ é uma história dramática, na esteira de um certo realismo italiano, realizado por Kim Rosi Stuart. A história de um pai que tem que gerir a vida dele e a do casal de filhos, Tomás e Viola, depois da partida da mãe para parte incerta. Uma mãe, tão bonita quanto insegura, que tenta retornar a casa e juntar-se ao clã familiar, mas cujo regresso acaba por ser um falhanço. Um regresso perturbador num equilíbrio aparente. É também a história de uma mulher que nunca teria desejado ser mãe. É uma história de vidas e emoções à flor da pele. Sem culpados!
O verdadeiro “ herói “ acaba por ser o pequeno Tomás. No diálogo final, que dá o título original ao filme -“ Anche libero va bene “, ele concorda com o pai: no futebol também ele não se importaria de jogar a libero, solto, sem posição definida…
Tal como no futebol, será assim na vida: quem não gosta de ser libero?!