31 janeiro 2007

Livres na escolha

Há mulheres que não desejam ter os filhos porque simplesmente não têm condições económicas para que eles possam ser criados e educados de forma digna. Outras há, em que essa recusa assenta na falta de substrato mais sólido, em que o embrião aparece no meio de uma relação fortuita, ocasional. Ainda há aquelas que não querem ser mães, naquela fase das suas vidas em que a fecundação acontece. E existirão ainda aquelas que definitivamente não querem ser mães, nunca…

Num outro plano, há aquelas mulheres que jamais poderiam recusar aquele feto que trazem na barriga, por convicções morais ou religiosas.

O “ Sim “ à pergunta formulada no referendo é a resposta que vai de encontro à liberdade individual. Haverá sempre a possibilidade de fazer o aborto, haverá também a liberdade para não o fazer!

Finalmente livres e donos do destino! E responsáveis. A viver neste tempo. Afinal, este “ Sim” enquadra-se perfeitamente nesta sociedade que tem feito do individualismo a sua bandeira, em que cada um é deixado à sua sorte ou ao seu azar.

30 janeiro 2007

Dia cinzento

O dia acordou cinzento, ensonado. Como eu. Preciso urgentemente de tomar um duche e beber um café. Enquanto posto estas linhas, vou acordando lentamente ao som de " My Funny Valentine " de Chet Baker.
Paisagem ( pintura ) - José Dias

29 janeiro 2007

Alívio

Há um ano atrás, era assim:

K7 na flat,
Com drives e motherboards,
Wellcome eme ai ti

Ao choque tecnológico
A warrants e mais spreads,
Que o outsourcing é já aqui

Seis meia-dúzia seis
Agora divida por 2
Diga 333

É tudo tão simplex!
______________________

A publicidade satura, cansa. E nós estamos cansados. E este executivo também dá sinais de cansaço. A tal ponto, que o Simplex 07 abandonou a ideia do spot do “ número redondo de medidas “, da mediática campanha de apresentação do 06. Alívio!

28 janeiro 2007

Animal

Porque só quando fodemos é que tudo aquilo de que não gostamos da vida e tudo nela que nos derrota é puramente, ainda que momentaneamente, vingado. Só então estamos mais limpamente vivos e somos mais limpamente nós mesmos. A corrupção não é o sexo, a corrupção é o resto.

Philip Roth – “ O Animal Moribundo

26 janeiro 2007

Em duas rodas



Para escapar à atmosfera pesada que cobre actualmente a cidade de Lisboa, onde sobressaem “odores pestilentos”, com incidência nas proximidades da CML, lembrei-me de colocar o portátil numa mochila, e correr alguns riscos: agarrar na bicicleta, pedalar entre autocarros e carros e dirigir-me para um extremo da cidade.
E a memória levou-me para longe…

Para Amsterdão, onde estive no final do ano que passou. Há quem lhe chame a Veneza do Norte, pelo reticulado de canais que apresenta. Os canais e as bicicletas serão sempre um ex-libris daquela cidade. Outro aspecto que também me chamou a atenção foi a organização do espaço de circulação, de transporte e pessoas. Nas vias mais importantes, a faixa central é destinada aos tramways. A partir do eixo, e para cada um dos lados da via, com elementos de descontinuidade, aparecem então, sequencialmente, as faixas para os carros, as ciclovias, e por último, os passeios para os peões. Cada macaco tem o seu galho, pensei eu!

25 janeiro 2007

Instante zero

Decidí voltar a escrever nesta blogosfera de muitas coisas boas e outras menos.
Como acontece na maioria dos blogues, a actualidade acaba por dominar os conteúdos nesta esfera virtual, reflectida em espelhos múltiplos e diversos. À imagem de cada blogue.
Foi então que pensei para mim: posso sempre escolher outros espelhos para reflectir a actualidade...Este, será um espaço para escritas intemporais, com desenhos a várias dimensões, a cores ou a preto e branco, de coisas da vida, de tantas vidas.
Assim foi, assim será!