23 fevereiro 2007

O estado das coisas(2)

L. é quadro de um laboratório nacional que já foi referência, professor convidado de uma universidade, autor de vários trabalhos publicados, colaborador a nível individual de estudos de especialidade. A mediocridade que o sistema fomenta foi-o afastando daquela que deveria ser a sua principal actividade. Para uma gaiola. Diz ele que está a pensar em cobrir com jornais, e totalmente, a vidraça do seu gabinete no laboratório! Sendo a sua presença ou ausência perfeitamente indiferentes, votado ao esquecimento, percebe-se o seu desabafo. Kafkiano, pois!

Quando o sistema se queria aberto, funcionando como aquele dos vasos comunicantes, nada disso. Fecha-se. A angústia da perda do “ lugarzito” do chefe tacanho, falará mais alto. Os obstáculos à divulgação da informação, erguem-se. Nada disto é comparável ao que se observa em departamentos ou laboratórios de créditos reconhecidos, citando só alguns americanos, como o RRI, USACE, USDA…

Sem reformar as mentalidades, quais os resultados das reformas? Sobre as mentalidades das pessoas, é difícil agir; no entanto, é possível impedir a perpetuação da mediocridade. Assim queira a classe política…
Mesmo quando não haja erros de casting, a mudança não é só saudável; acaba mesmo por ser uma necessidade!