25 abril 2007

25 de Abril

Lembrar Abril!
Recordar duas figuras que a História jamais esquecerá: Salgueiro Maia e Zeca Afonso!

24 abril 2007

Liberdade

A liberdade, “ esse nome terrível escrito na carruagem das tempestades “ está na origem de todas as revoluções. Sem ela, a justiça parece inimaginável aos rebeldes. No entanto, vem um tempo, onde a justiça exige a suspensão da liberdade. O terror, pequeno ou grande, vem então coroar a revolução.


O Homem Revoltado- a revolta histórica – Albert Camus ( trad. livre)

21 abril 2007

Swing guitars


Uma proposta musical para esta tarde de sábado: Swing Guitars de Django Reinhardt.




Pintura: José Dias

20 abril 2007

Uma espécie de simbiose

De incongruência em incongruência, a novela da licenciatura de Sócrates parece interminável!
No entanto, olhando para alguns dos acontecimentos vindos a lume, fica no ar a sensação que a licenciatura de Sócrates na Independente foi pouco mais que um
passeio ao domingo na marginal do facilitismo reinante…

De facto, a classe política sempre se mostrou, neste e noutros casos, que vive num limbo intocável, muito acima do comum dos mortais, tirando partido da posição que ocupa nos meandros do poder.
Por outro lado, é conhecida a propensão de certas entidades individuais ou colectivas, em ceder ou fazer o jeito, de forma à obtenção de vantagens, especialmente perante órgãos do poder.
Em simbiose quase perfeita, até um dia!

No meio deste quem-fez-o-quê, há um facto que é indesmentível: competiria aos órgãos do poder, regular e fiscalizar o funcionamento das Universidades. Frouxos, em labirintos de conveniência como é apanágio do centrão, nunca o fizeram! Disso, aproveitou o aluno Sócrates, hoje PM, também ele responsável.
E agora TODOS sacodem a água do capote: o(s) mais visado(s) tenta(m) reenviar todas as responsabilidades para a tal instituição universitária; os outros, usam o facto como arma de arremesso político, tentando ignorar que também têm culpas no cartório.

Perante o olhar de descrédito do cidadão comum, com poucas esperanças em ver uma luz ao fundo do túnel da justiça nos casos mais mediáticos, fica uma interrogação: que espécie de democracia é esta?

17 abril 2007

Azeite

“Os investimentos são espanhóis e o azeite é português. O sector bateu no fundo na década de 90. Agora começa a ter nova vitalidade.”, como é dito aqui.

E ainda bem, diremos nós! Só não acho bem uma coisa: que os proprietários dos terrenos, que beneficiaram de significativa valorização infraestrutural após intervenção do Estado, como acontece no empreendimento do Alqueva, estejam isentos da tributação de mais-valias - e que são de monta - com a venda a terceiros. A espanhóis ou seja a quem for…

12 abril 2007

À procura do espaço público

Em vez do espaço público impera a televisão. Esta última poderia ser um meio extraordinário de criação de democracia. Mas é o contrário, e em múltiplos sentidos, que não podem ser aqui analisados.
José Gil : " Portugal Hoje - O medo de existir "

04 abril 2007

Hibernação

Feita a mala, escolhidos alguns CDs e livros, preparo-me para partir por período de curtas férias.

A previsão para esse período é a seguinte:
Estado do tempo: instável
Estado de espírito: em alta
Estado do blogue: em hibernação.

03 abril 2007

O aeroporto

Independentemente da acesa polémica que a construção do novo aeroporto de Lisboa tem gerado, e que vai certamente continuar a gerar, não se compreende a razão pela qual a CML patrocina um estudo comparativo entre a Ota e outras localizações!

A má gestão da CML é pública, as dívidas à banca e aos fornecedores são um fardo, a não aplicação de fundos para os trabalhos camarários mais básicos é sentida pelos munícipes. Não obstante, Carmona Rodrigues continua a exibir um sorriso patético!
Estas são razões mais que suficientes para que o executivo camarário abandone esta veleidade de querer patrocinar estudos para localizações de aeroportos, que no meu entender, não passa de uma mera tentativa de querer apagar o que de mau este mandato tem revelado.

Além de não ser de sua competência, não será tal estudo comparativo mais um gasto supérfluo, à imagem de outros a que a CML já nos habituou?

02 abril 2007

Visual


O amigo Luís Martins revela finalmente um talento adormecido. Muito em breve vai mostrar num espaço da CML alguns dos seus trabalhos.


“ Barco “ – Luís Martins

01 abril 2007

Verdes anos


Voei cedo do ninho, muito novinho, experimentando essa bela sensação de nos sentirmos donos do nosso destino. O primeiro trabalho contribuiu para essa mudança, uma outra terra surgia na estrada. Casa partilhada com dois amigos, foi a solução mais prática. Além de mais, era um espaço de convívio. Música, leitura, conversa, visitas, festas…
Nessa terra estabeleci amizade com a C., que na altura vivia em concubinato com um amigo. A mãe de C. era a Irene, uma mulher divorciada, que tinha quase o dobro da idade da filha. Por sinal, C. era apenas alguns meses mais nova que eu.
Irene, vestia-se como nós, ouvia também Bowie e Lou Reed, vivia quase nesses nossos verdes anos. Quase…pois às vezes, mesmo sem querer, soltava o seu lado maternal. Talvez por isso, os seus jovens amigos reagiam, por vezes de forma jocosa, irreverente.
Irene partilhava a sua casa com Y., uma morena insinuante, afectuosa, cuja presença poderia fazer supor ser sua filha. Uma agradável companhia para Irene. A casa, uma moradia térrea com um pequeno jardim, era um espaço aprazível.
Eu era um dos amigos que também frequentava a casa de Irene, havia momentos. Apesar da retórica irónica, de contornos niilistas, que era imagem do grupo em permanente contraste com aquela da cool Irene, acabávamos sempre por passar naquele oásis – a casa de Irene. Irene, tratava-nos bem, convidava-nos para jantar, era amiga; Y. dava-nos mimos, sentada na perna deste ou daquele, deixando-se ficar por aí.
Tendo como fonte esse tal grupo de amigos da casa, sucediam-se ao longo do tempo as paixões periódicas de Irene. Primeiro era um, depois outro, mais tarde um outro…Irene apaixonava-se sentidamente, perante a indiferença dos seus amigos que podiam ser seus filhos. Por vezes, no meio de uma festa mais bebida, lá continuava na cama a sua paixão do momento.
Uma noite, já cansado da dança, da festa e da bebida, acabei por aterrar numa cama dum dos quartos daquela casa. Até que fui acordando lentamente, à medida que ia sentindo uns dedos que corriam o fecho das minhas jeans. Era Irene…