11 junho 2007

Alcochete, se...

A opção da Ota tem mais de 30 anos…Mais recentemente, com Durão e Santana, continuaram a fazer-se estudos. Foram já gastos cerca de 40 milhões de euros! Por essa razão, tive sempre grande reserva quanto à aversão generalizada que se foi instalando quanto à opção Ota. Afinal, a oposição, especialmente o PSD, esteve também envolvida em tal opção. Tempo e dinheiro gastos para entreter? Esta forma de fazer política, ao sabor dos ciclos do ser governo ou oposição, não é de todo responsável… Adiante.

Vamos ao que interessa: o governo cedeu em solicitar estudos comparados, respondendo assim à pertinente questão colocada por Cavaco Silva. É de notar que a intervenção do PR ocorreu pouco tempo antes da CIP apresentar o estudo Alcochete, o que aconteceu precisamente hoje. Coincidências ou talvez não.

Para mim, o grande calcanhar de Aquiles da opção Ota foi, e continua a ser, o custo da obra nesse local - mais de 3000 milhões de euros, particularmente devido aos trabalhos de terraplenagem e de drenagem. De resto, e fazendo fé em estudos técnicos, será viável a construção do aeroporto nessa região.

Conhecendo razoavelmente a sua localização geográfica e orografia, a opção Alcochete parece-me boa. Tanto mais que o custo da obra poderia ficar por um terço do valor estimado para a Ota. Ou seja, na frieza dos números: 1 Ota = 3 Alcochetes!!!

Ponte Vasco da Gama, nova ponte do Carregado a norte, que liga ao concelho de Benavente, boas infra-estruturas, terrenos de propriedade do Estado, são vectores importantes a considerar na opção Alcochete.
Imagino que a Quercus vai levantar objecções a esta opção, que se situa na vizinhança do estuário do Tejo, um habitat de excelência para muitas aves. Já aquando da construção da ponte Vasco da Gama, a Quercus tinha objecções ou reticências, acenando com um provável decréscimo da população de flamingos…Felizmente, nada disso se veio a verificar. E agora, como vai reagir?

Sendo devidamente acautelados e minimizados os impactos negativos que se possam vir a sentir na população natural da região, com a construção do novo aeroporto, esta opção poderá ter pernas para andar.
Mas com um compromisso tácito, direi eu: que não se destrua o montado que ladeia a EN 118, entre Alcochete e Porto Alto, propriedade da Companhia das Lezírias e vizinha do hipotético aeroporto. Lembremo-nos que esta área esteve na génese do caso “ Portucale”, onde chegou a ocorrer abate de sobreiros. É de facto uma zona apetecível para romper e urbanizar, se não houver escrúpulos…

Façam o aeroporto em Alcochete, mas não se esqueçam de preservar aquele tampão de descontinuidade que por ora existe, entre Alcochete e Porto Alto. Se o objectivo não for esse, direi então: ALCOCHETE, NÃO OBRIGADO
!